Silêncio
(2021)
NOMEAÇÕES
Eleito um dos melhores espectáculos do ano de 2017 pelo jornal Expresso e revista Time Out
Nomeado como Melhor Espectáculo de 2017 pela SPA – Sociedade Portuguesa de Autores
ONDE E QUANDO
Lisboa (PT)
Sala Estúdio – Teatro Nacional D. Maria II, Sala Estúdio
29 de Setembro a 10 de Outubro de 2021
Paris (FR)
Théâtre de la Tempête
14 a 24 de Outubro de 2021
Valenciennes (FR)
Le Phénix, scène nationale Valenciennes pôle européen de création
25 e 26 de Fevereiro de 2022
Coimbra (PT)
Convento São Francisco
26 de Março de 2022
Amiens (FR)
Maison de la Culture d’Amiens, Pôle européen de création et de production
5 e 6 de Abril de 2022
Silêncio é uma constelação de cenas em que as palavras se vão tornando impossíveis. Cinco atores dão vida a personagens cujo caminho é profundamente marcado pelo silêncio: pelo desejo de silêncio, ou pela ausência de uma resposta. Escrito por Cédric Orain e Guilherme Gomes, ao longo de encontros tidos desde 2018, o espetáculo debruça-se sobre o abismo das palavras, um silêncio, afinal, tão familiar que parece sempre presente: nas discretas tragédias familiares, ou num estado de pandemia. Este espetáculo é uma tentativa de pesquisa sobre o diálogo silencioso que estabelecemos no século XXI, confiantes de que o pensamento surge silenciosamente, antes de se fazer palavra. Que tensão é esta, quando existe uma ideia, mas ainda não se inventaram as palavras para ela? O que fazer, quando não se pode dizer nada? Não por opressão, mas por simplesmente não ser possível falar.
FICHA TÉCNICA/ARTÍSTICA
Direção, texto e encenação: Cédric Orain, Guilherme Gomes
Com: Guilherme Gomes, João Lagarto, Marcello Urgeghe, Tânia Alves, Teresa Coutinho
Música: Marion Cros
Cenografia e vídeo: Pierre Nouvel
Figurinos: Ângela Rocha
Desenho de luz: Bertrand Couderc
Direção técnica: Edouard Lyotard Khouri-Haddad
Operação de vídeo e som: Théo Lavirotte
Operação de luz: Boris Pijetlovic
Operação de legendas (TNDMII): Leonor Buesco
Tradução: Carina Amaral dos Santos
Administração, produção executiva, difusão: Maria João Garcia (PT), La Magnanerie – Anne Herrmann, Victor Leclère, Martin Galamez, Lauréna de la Torre (FR)
Produção: Teatro da Cidade, Compagnie La Traversée
Coprodução: Teatro Nacional D. Maria II, Maison de la Culture d’Amiens / Pôle européen de création et de production, Le phénix – Scène nationale de Valenciennes – Pôle européen de création, CRETA – Laboratório de Criação Teatral
Residências artísticas: O Espaço do Tempo, Les Plateaux Sauvages
Apoios: TNDM II Institut français à Paris, Institut français du Portugal, Embaixada de França
Apoios: Institut français/Théâtre Export, I-Portunus – Programa Europa Criativa, Temporada Cruzada França-Portugal
Projeto financiado pela República Portuguesa – Cultura / DGArtes.
Cédric Orain – La Traversée é artista associado da Maison de la Culture d’Amiens / Pôle européen de création et de production, e artista associado ao le phénix – scène nationale de Valenciennes no contexto do Campus du Pôle européen de création. A companhia tem o apoio do Ministère de la Culture – Direction régionale des affaires culturelles Hauts-deFrance, através do programa de apoio “aide aux compagnies conventionnées”, e é apoiada através do “programme d’activités des équipes artistiques” pela Região Hauts-de-France.
O Teatro da Cidade é artista associado d’O Espaço do Tempo.
FOLHA DE SALA
Topografia é o segundo espectáculo do Teatro da Cidade. Depois de Os Justos, de Albert Camus, decidimo-nos a um novo desafio: a criação colectiva original de um espectáculo que se debruça sobre o conceito de comunidade.
O teatro obriga-nos a experienciar este conceito, e quanto mais colectivo é o processo, mais nos confrontamos com a experiência de saber estar em comunidade. Quando decidimos ser “criadores colectivos” – palavras que, juntas, já por si se tornam paradoxais – abdicamos, em grande parte, da nossa individualidade para que de alguma forma a possamos testar ao mesmo tempo.
Saber que aos grupos de teatro se chama companhia é algo que diz bastante sobre a natureza do que se faz em palco. E, assim, a palavra companhia é cara ao conceito de Comunidade. O teatro é, ou pode ser, lugar para contrariar o que no mundo se vai vivendo:
se os dias correm mais depressa, no teatro a espessura do tempo, como nas ruínas, segura-nos; se nos tornamos individualistas na vida quotidiana, no teatro estamos inevitavelmente juntos.
Sobre Topografia pode dizer-se, sem querer entrar em autodefinições, que nasce da nossa cabeça, pode ser espelho destas pessoas, e assim há-de funcionar mais como espectáculo sobre a comunidade que é o Teatro da Cidade do que sobre outra comunidade qualquer. No entanto é sobre o mundo que queremos reflectir e para isso usamos referências e criamos situações que nada têm de nós.
Não há forma de reflectir inteiramente sobre um conceito tão vasto como Comunidade – algo que aprendemos com Os Justos e a Justiça – reflectimos sobre parte disso; e se nos propomos a pensar não encontraremos resposta: estamos, apenas, a iniciar um período de atenção em relação ao tema.