Esquecimento
(2022)
NOMEAÇÕES
Eleito um dos melhores espectáculos do ano de 2017 pelo jornal Expresso e revista Time Out
Nomeado como Melhor Espectáculo de 2017 pela SPA – Sociedade Portuguesa de Autores
ONDE E QUANDO
Viseu (PT)
Teatro Viriato
22 de Outubro de 2022
Faro (PT)
Teatro das Figueiras
15 de Junho de 2023
O espetáculo Esquecimento nasce de uma reflexão acerca do Direito ao Esquecimento, presente na Nova Carta dos Direitos Humanos na Era Digital.
Partindo da necessidade de esquecimento que por vezes o indivíduo pode sentir, o Teatro da Cidade propõe-se a refletir sobre aquilo que numa sociedade contemporânea nos impele a procurar o contrário: a eternidade, a memória e o reconhecimento.
Por outro lado, também existe a forma como os instrumentos sociais, como as redes sociais ou a comunicação social, remexem a nossa relação com a memória, deixando que os carimbos de uma doença, um erro, uma decisão ou citação reapareçam ao longo da vida de um indivíduo.
O que introduz uma outra pergunta no espetáculo: qual a legitimidade para que algo ou alguém seja esquecido?
FICHA TÉCNICA/ARTÍSTICA
Criação coletiva: Teatro da Cidade
Texto: Guilherme Gomes
Interpretação: Bernardo Souto, Guilherme Gomes, João Reixa, Nídia Roque, Rita Cabaço
Cenografia: Ângela Rocha
Figurinos: Teatro da Cidade
Desenho de luz e operação: Rui Seabra
Desenho de som: Sofia Queiroz
Captação e edição de vídeo: Pedro Jorge
Registo fotográfico e vídeo: Luís Belo
Produção: Margarida Silva
Co-produção: Teatro Viriato
Agradecimentos: Ana Paula Correia, Ana Rita Soares dos Santos, Beatriz Maia, CAL – Primeiros Sintomas, Caratina Caixeiro, Centro Cultural e Recreativo dos Coruchéus, Elsa Almeida, Joana Villaverde, João Nunes, João Pedro Plácido, Luís Belo, Lília Basílio, Manuel Calado, Maria João Garcia, Município de Viseu, Mário Rui Santos, Patrícia Portela, Polícia Judiciária, Rita Carvalho, Rui Macário, Rui Xavier, Sofia Queiroz, equipa d’O Espaço do Tempo e equipa do Teatro Viriato
Apoios para a criação do projecto: Direcção Geral das Artes; Município de Viseu – Eixo Cultura; Fundação GDA; Teatro Viriato; RTP Palco; Garantir Cultura – Fundo de Fomento Cultural
FOLHA DE SALA
Topografia é o segundo espectáculo do Teatro da Cidade. Depois de Os Justos, de Albert Camus, decidimo-nos a um novo desafio: a criação colectiva original de um espectáculo que se debruça sobre o conceito de comunidade.
O teatro obriga-nos a experienciar este conceito, e quanto mais colectivo é o processo, mais nos confrontamos com a experiência de saber estar em comunidade. Quando decidimos ser “criadores colectivos” – palavras que, juntas, já por si se tornam paradoxais – abdicamos, em grande parte, da nossa individualidade para que de alguma forma a possamos testar ao mesmo tempo.
Saber que aos grupos de teatro se chama companhia é algo que diz bastante sobre a natureza do que se faz em palco. E, assim, a palavra companhia é cara ao conceito de Comunidade. O teatro é, ou pode ser, lugar para contrariar o que no mundo se vai vivendo:
se os dias correm mais depressa, no teatro a espessura do tempo, como nas ruínas, segura-nos; se nos tornamos individualistas na vida quotidiana, no teatro estamos inevitavelmente juntos.
Sobre Topografia pode dizer-se, sem querer entrar em autodefinições, que nasce da nossa cabeça, pode ser espelho destas pessoas, e assim há-de funcionar mais como espectáculo sobre a comunidade que é o Teatro da Cidade do que sobre outra comunidade qualquer. No entanto é sobre o mundo que queremos reflectir e para isso usamos referências e criamos situações que nada têm de nós.
Não há forma de reflectir inteiramente sobre um conceito tão vasto como Comunidade – algo que aprendemos com Os Justos e a Justiça – reflectimos sobre parte disso; e se nos propomos a pensar não encontraremos resposta: estamos, apenas, a iniciar um período de atenção em relação ao tema.