agora, que o carro do sol já passou
(2019)
ONDE E QUANDO
Lisboa
Museu da Marioneta
16 a 27 de Janeiro de 2019
(10 apresentações)
Este rapaz é Narciso, que, à descoberta do mundo, é surpreendido com a sua própria história, pois neste encontro com o outro, acaba por se encontrar a si próprio.
Será tudo um sonho? Ou será o mundo das metamorfoses a que Narciso veio parar?
O Teatro da Cidade desafia-se pela primeira vez a pensar um espectáculo para público mais novo. Este espectáculo, que parte do imaginário clássico – as Metamorfoses, de Ovídio – é sobretudo uma maneira de pensar as referências universais para os mais pequenos, e de poder recriar as histórias que nos fascinam na literatura clássica, da qual somos herdeiros.
FICHA TÉCNICA/ARTÍSTICA
Texto: Guilherme Gomes
Encenação: Nídia Roque
Interpretação: Bernardo Souto, Fernão Biu, Guilherme Gomes, João Reixa e Rita Cabaço
Música: Fernão Biu
Cenário e Figurinos: Teatro da Cidade com o apoio do Serviço Educativo do Museu da Marioneta – e a execução das máscaras pelas turmas do 3.º e 4.º ano da Escola de Pedro Nunes
Luz: Rui Seabra
Co-Produção: Museu da Marioneta
FOLHA DE SALA
Como se contam os mitos? Agora, que o Carro do Sol já passou é um espectáculo pensado para o público mais novo, e que partiu da curiosidade de explorar o “Universo Fantástico” que o escritor romano Ovídio, nascido no ano 43 a.C, nos legou, herança já em si deixada pelos gregos da Grécia antiga.
Este universo da mitologia greco-romana que nos conta como surge o mundo e como o Homem se foi transformando no ser que é hoje, com a sua natureza terrífica e bela ao mesmo tempo, é a inspiração para uma visão quase simbólica de como podemos nós olhar para nós próprios, reconhecendo através do outro a nossa própria identidade e como podemos nós conhecer e ter acesso à história da humanidade de um ponto de vista metafísico e ficcionado.
“A metamorfose apresenta-se em Ovídio como uma espécie de continuidade, pois aquele que é transformado em animal, em planta, em pedra, não morre apenas, mas permanece de alguma forma, com uma certa alteridade.”
Elaine Cristina Prado dos Santos
Maria Luiza Guarnieri Atik
Agora, que o Carro do Sol já passou, debruça-se sobre alguns dos mitos que aparecem nos primeiros 4 livros das Metamorfoses, e gira sobretudo em torno do mito de Narciso. Neste texto, escrito pelo Guilherme Gomes, vemos este menino, Narciso, acabado de chegar a um lugar ermo. Neste lugar existe um senhor, Naso e seu companheiro mudo mas melódico, Mercúrio. Eles preservam este lugar, o lugar das memórias, o próprio lugar do Teatro ou do Museu.
Nesta aventura, Narciso, depara-se com um lago, com uma árvore onde em vez de frutos crescem máscaras e onde figuras mitológicas – Dafne e Argo – convivem neste outro nível de realidade. O lugar das histórias, da ficção mistura-se com o universo concreto de Narciso. Como se o esperassem, as figuras deste lugar farão de tudo para que Narciso se confronte com o seu próprio destino, e que por aprendizagem com outro, desta vez não se deixe apaixonar pela sua própria imagem, morrendo afogado no lago onde iria matar a sede.
Neste espectáculo, as máscaras foram executadas por alunos do 3º e 4º ano da Escola de Pedro Nunes, uma escola de Campo de Ourique, com a qual fizemos uma oficina de construção de máscaras, com os elementos integrantes no espectáculo e com o serviço educativo do Museu da Marioneta.
O nosso agradecimento especial a esta escola que tornou a experiência de fazer este espectáculo ainda mais rica.